Batatas-doces coloridas, mais produtivas e com características que agradam produtores rurais e consumidores. Este é o objetivo de uma pesquisa científica desenvolvida pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em Presidente Prudente, principal região de cultivares do tubérculo em São Paulo. O Estado é o segundo maior produtor nacional do produto.
Os resultados iniciais do trabalho foram divulgados em 13 de junho, durante o II Simpósio da Batata-doce pela pesquisadora da APTA, Amarílis Beraldo Rós, em Presidente Prudente. A pesquisa, que começou em 2016, conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para a realização do trabalho, a pesquisadora plantou campos de batata-doce com as cultivares Uruguaiana e Londrina, materiais mais utilizados pelos produtores da região, e deixou a natureza agir. Foram geradas mais de duas mil sementes a partir de polinização natural e essas, depois de semeadas, originaram ramas que foram plantadas e permitiram a avaliação uma a uma de mais de 1.500 variedades diferentes de batata-doce.
“Identificamos entre todos esses materiais os 80 que achamos mais promissores, com características relacionadas à alta produtividade, coloração de polpa e aspecto da casca. Identificamos cultivares de polpa branca e amarela, que são as preferidas dos produtores, mas também bicolores e laranjas, com altos índices de betacaroteno. Acreditamos que alguns desses materiais possam ser interessantes para nichos de mercado”, explica Amarilis.
A expectativa é que, em três anos, a APTA apresente ao setor produtivo novos materiais a partir deste trabalho. “Precisamos ainda fazer diversos testes no campo, além da avaliação das características relacionadas ao sabor e textura, porém, já identificamos plantas que produzem 64 toneladas por hectare, enquanto as cultivares mais plantadas pelos produtores alcançam até 30 toneladas por hectare”, afirma pesquisadora.