Abelhas sem ferrão produzem mel e ajudam na sustentabilidade da agricultura brasileira

A Embrapa Meio Ambiente e a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) levaram as abelhas sem ferrão para dentro da Agrishow. No estande da Embrapa, os visitantes conheceram melhor algumas espécies desses polinizadores, a sua importância para a agricultura e, ao final da experiência, degustar dois méis diferentes provenientes da Amazônia.

A ciência já apontou que abelhas e agricultura possuem uma relação de dependência e complementaridade. Cerca de 75% dos cultivos agrícolas usados pelo homem são beneficiados por polinizadores animais, dos quais as abelhas são os mais eficientes. No Brasil, a contribuição dos polinizadores para a agricultura foi estimada em R$ 43 bilhões no ano de 2018.

Em alguns cultivos, a visita de abelhas e outros animais às flores é essencial para gerar o fruto (polinização cruzada). É o caso da maçã, do maracujá e do açaí. Já outras culturas, podem ser beneficiadas pelos polinizadores. Estudos mostraram que plantações de café perto de matas nativas produzem 30% mais frutos, sem falar no aumento de qualidade.

“A integração das abelhas ao sistema produtivo representa um enorme potencial de agricultura sustentável para o Brasil explorar”, explica Ana Assad, diretora executiva da A.B.E.L.H.A.. “Em parceria com a Embrapa, queremos mostrar que o serviço que elas oferecem é um bioinsumo que permite ao agricultor produzir mais sem expandir a área agrícola.”

Meliponicultura – Produção de mel e polinização da agricultura brasileira

A exposição contará com diferentes espécies de abelhas sem ferrão em caixas que permitem observar dentro das colônias e conhecer como a sua sociedade funciona. Contará também com a exibição de caixas decorativas do meliponicultor Pedro Sacchi, de Ribeirão Preto.

Além disso, a parceria Embrapa/A.B.E.L.H.A. visa apresentar ao visitante da Agrishow a atividade da criação de abelhas sem ferrão, a meliponicultura. Os méis de abelhas nativas sem ferrão são especiais e únicos, por isso, vêm conquistando o paladar dos brasileiros. Sua fabricação fortalece os pequenos produtores e está diretamente relacionada à sustentabilidade e à conservação do meio ambiente.

O Brasil tem cerca de 250 espécies conhecidas de abelhas sem ferrão e é referência mundial nas tecnologias de criação e manejo desses insetos. Além da atividade melífera, o meliponicultor pode ganhar com a polinização agrícola: as abelhas podem ser criadas em grande escala e transportadas para as plantações, onde aumentam a produtividade e qualidade dos frutos.

No estande, os visitantes conhecerão os principais produtos oriundos da meliponicultura e degustarão o mel da Tiúba (Melipona fasciculata) e da Uruçu-amarela (Melipona flavolineata), duas abelhas da região amazônica que produzem méis bem diferentes e contrastantes.

Embrapa e A.B.E.L.H.A. juntas pela sustentabilidade

A Embrapa Meio Ambiente investe no desenvolvimento de tecnologias para criação e uso sustentável das abelhas sem ferrão. Seu objetivo é gerar renda a partir da biodiversidade brasileira de abelhas e aumentar a produtividade dos cultivos dependentes delas para polinização.

Em parceria com a A.B.E.L.H.A., divulga conteúdo técnico-científico para o público geral, capacita criadores de abelhas e agricultores, e contribui para a conservação dos polinizadores. Um bom exemplo é o curso on-line de meliponicultura, que já teve mais de 45 mil participantes: Meliponicultura – Portal Embrapa

GestAgro 360° é apoio de mídia do evento, e a jornalista Katia Penteado visitou a Agrishow 2022 a convite das empresas que patrocinam o pool de imprensa.