A importância das frutas no dia a dia do brasileiro: tema de novo episódio da série “De lá pra cá”

Amarelas, verdes, roxas ou multicores. Podem ser doces ou azedinhas, com ou sem caroço, soltas ou em cachos. Assim são as frutas que, há séculos, são parte da alimentação das pessoas. No Brasil, tem-se uma grande variedade de espécies – das mais populares, como a banana, até as mais exóticas, como a lichia. Além de seus benefícios nutricionais, as frutas têm grande importância na economia do País. Da produção às mesas dos consumidores, elas são as protagonistas do segundo episódio da série “De Lá Pra Cá – De onde vem o que consumimos”, idealizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz.

O episódio Frutas reúne representantes da cadeia produtiva e especialistas, que apresentam informações em cinco partes do episódio, disponível no Canal do YouTube do Movimento Todos a Uma Só Voz.

Com convidados experts no assunto, este episódio tem como um dos principais objetivos levar conhecimento e esclarecer a produção deste alimento e seus benefícios para a saúde humana, além de abordar alguns desafios do setor da fruticultura brasileiro. “Este episódio com o tema frutas foi dividido em cinco partes. A primeira delas, que traça um panorama sobre a produção de frutas no Brasil, destacando as oportunidades e os desafios do setor, já está disponível no nosso Canal do YouTube”, explica o coordenador do Movimento Todos a Uma Só Voz, Ricardo Nicodemos.

Nicodemos comenta que participam do debate o produtor de uva e diretor técnico da Cooperativa Agrícola Nova Aliança (COANA), Newton Matsumoto; a produtora de Lichia e diretora da Red Lychee, Patrícia Nogueira; o produtor e presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho e a nutricionista Carolina Pimentel.

Panorama da produção no País

O Brasil é um país continental e, para cada região, há uma determinada vocação para produção de espécies específicas de frutas. Se em Santa Catarina e Rio Grande do Sul as maçãs são destaque, no Rio Grande do Norte, o melão e, no Norte, por exemplo, o famoso açaí e, assim, sucessivamente. “O Brasil tem uma vocação extraordinária para fruticultura e cada região se adequa à fruta que melhor se adapta a cada clima”, comenta Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas e produtor.

De acordo com Coelho, o Brasil conta com mais de 60 espécies de frutas. Uma das mais populares é a laranja. O presidente da Abrafrutas cita que, a cada 4 copos de suco de laranja que são ingeridos no mundo, dois deles têm origem em solos brasileiros, na região de São Paulo e arredores, especialmente.

Emprego e geração de riquezas

No Agronegócio, o segmento de fruticultura é o que mais emprega, de acordo com dados da Abrafrutas. “No Brasil, estima-se que temos 2 bilhões de hectares de frutas com geração de 5, 5 milhões de empregos”, informa Coelho. A mão de obra feminina é bem acentuada em áreas da produção, como nos centros de embalagens, em razão da delicadeza necessária para o tratamento dos produtos. Na produção da uva, por exemplo, estima-se que 65% da mão de obra é feminina, que trabalha com cuidado desde a colheita dos cachos até o acondicionamento da fruta nas embalagens.

O perfil do produtor de frutas é diversificado. O setor abrange a agricultura familiar, cuja produção abastece creches e programas sociais das respectivas localidades, os pequenos produtores que abastecem o mercado interno ou vendem para os exportadores por meio de associações e cooperativas, além dos médios e grandes produtores, que, além de abastecerem o mercado interno, operam nas exportações das frutas para diversos países do mundo, segundo explica Coelho.

Desafios da fruticultura

Aumentar o consumo per capita de frutas está entre um dos principais desafios do setor. Para se ter uma ideia, pesquisas mostram que o brasileiro consome 57 quilos de frutas, verduras e legumes por ano, enquanto que os espanhóis, consomem 120 quilos; os italianos, 114 quilos e os alemães 112 quilos por ano.

A nutricionista Carolina Pimentel reforça a estatística informando que, apenas um entre três brasileiros, consome as quantidades adequadas de frutas e hortaliças de maneira regular. “É preciso levar informação sobre a importância de se consumir esse alimento e, mais ainda, da importância de incluir as frutas na alimentação das crianças, já que a formação dos hábitos nutricionais e alimentares começa na infância”, avalia.

A profissional fornece algumas dicas para se aumentar o consumo das frutas. Uma boa estratégia, por exemplo, é deixa-las sempre à mão; sempre perto para consumir, já higienizadas, e com fácil acesso. “Incluir as frutas especialmente nos lanches também é uma boa opção”, comenta Carolina.

As várias formas de consumir frutas

Além de in natura, inteira ou em uma salada de frutas, o alimento pode ser consumido de outras formas, como a partir das polpas.

“A polpas oferecem uma série de vantagens, dentre elas, a possibilidade de poder comprar frutas fora da estação, a praticidade do preparo de sucos e a redução do desperdício”, explica Rogério Bessa, gerente corporativo de Operações, da Polpanorte, uma indústria de alimentos especializada na produção de polpas de frutas.

Desperdício, outro desafio da fruticultura

Dados da Abrafrutas indicam que 30% de toda fruta produzida no Brasil é jogada no lixo. O desperdício é outro desafio da fruticultura. Além de desafios operacionais, como melhorias no transporte, por exemplo, o desperdício passa também pela aparência da fruta.

“No entanto, a aparência da fruta não tem relação nenhuma com o seu valor nutricional e com o seu sabor. Elas agregam valor nutricional tanto quanto às frutas premium, por exemplo. Quando entendemos que a aparência da fruta não está relacionada ao paladar, e também não está relacionada ao valor nutritivo, incorporamos essas frutas na nossa alimentação, e evitamos o desperdício. Mesmo quando eu preciso de uma fruta de aparência mais bonita, não tenho que, necessariamente, descartar as que estão fora do padrão. Elas podem ser usadas em preparações culinárias, em geleias, em recheios para tortas, em saladas de frutas”, avalia Carolina.

Matsumoto é mais enfático sobre esse tópico: “É preciso quebrar o mito de que a aparência caracteriza a qualidade da fruta”.

Sobre desperdício por meio da aparência da fruta, a produtora Patrícia explica que, na produção de Lichia, a aparência do alimento é um assunto curioso, já que a fruta tem um escurecimento da casca que é natural. “Se a pessoa deixar um cacho maravilhoso de Lichia na fruteira, por exemplo, rapidamente, de um dia para o outro, esta fruta vai escurecer, a textura da casca vai mudar e, percebemos, que muitas pessoas tendem a jogar fora. Ano passado, falei com a minha equipe para começarmos um trabalho de orientação e auxiliar o consumidor a entender essa peculiaridade da Lichia: da sua casca escurecer, mas que não altera em nada as características da fruta.”

Desta forma, a empresa de Patrícia produziu selos, tanto em português como em inglês, com recado simples e direto: “caso a Lichia escureça a casca, favor verificar se há alguma podridão. Caso não haja, abra essa fruta porque ela poderá ser aproveitada”.

Ela explica que, para o produtor é fácil saber das variações da Lichia. “Quem produz tem essa realidade muito clara na cabeça, mas percebi que a população não tem e, desta forma, temos que orientar o consumidor”, acredita.

É importante valorizar o trabalho do produtor rural

O episódio frutas mostra os cuidados e o amor que os produtores dedicam à produção das diversas espécies e também os desafios que enfrentam no dia a dia.

Além de fatores climáticos, do tratamento do solo e da mão de obra, há o período que se leva entre plantar e colher. Há culturas que demandam 5 ou 6 anos para permitirem a primeira colheita. Durante todo esse tempo o produtor arca com os gastos e manutenção da produção.

“É preciso mostrar para a população brasileira a todo o tempo, o esforço, os investimentos e a dedicação que os produtores empregam no campo para nos oferecer um alimento saudável, seguro e da mais alta qualidade. Precisamos motivar a admiração dos brasileiros pelos produtores e por todo o trabalho que eles realizam no campo.”, reforça Nicodemos.

De La Pra Cá

A série “De La Pra Cá”, idealizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz, quer mostrar o caminho que os produtos percorrem, saindo do campo até chegarem à mesa do consumidor, seja em sua casa ou nos bares e restaurantes. Tudo com uma linguagem informal e acessível.

Por meio desta narrativa compreensível por todos, pretende conectar a cadeia produtiva do Agro, estimulando a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores rurais, fortalecendo a imagem do agro nacional, gerando oportunidades de negócios e compartilhando conhecimento para todos.

O episódio Frutas da série “De Lá Pra Cá” teve o apoio e patrocínio da Abrafrutas, CropLife, Corteva, Polpanorte e apoio institucional da Esalq-USP.

O movimento Todos a Uma Só Voz – Lançado oficialmente em fevereiro de 2021, conta com a ajuda de diversas associações, empresas e profissionais que trabalham unidos em prol de gerar e disseminar conhecimentos de boa qualidade e estimular a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores e produtoras.

O Movimento tem o apoio institucional da Esalq-USP, Abag, Abagrp, Abcc, Abia, Abiarroz, Abiec, Abisolo, Abitrigo, Abmra, Abpa, Abrafrutas, Abraleite, Abrasel, Agroligadas, Agroreset, Aipc, Ama Brasil, Anda, Andav, Aprosoja-Ro, Asbram, Capitalismo Consciente, Cecafé, Cicarne, Climatempo, Congresso das Mulheres, Fenep, Grupo Mulheres do Brasil (Comitê Agronegócio), Ibá, Ibrahort, Liga do Agro, Mkt do Agro, Pecege, Sae Brasil, Sindan, Sindirações, Sistema OCB, SNA, Yami. Tem o apoio comercial das empresas Agroline, Attuale, Coelho&Morello, Companhia de Estágios, Lamarca, RCom, RV Mondel, TrahLahLah.


Para saber mais sobre o movimento, acesse: http://www.todosaumasovoz.com.br

O GestAgro 360° é apoio de mídia do movimento.

Foto: IkebanaFlores