Anuário de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2020: Abisolo apresenta números do setor e expande segmentos analisados

Com faturamento em 2019 de R$ 7,1 bilhões em 2019, representando aumento de 7,7% sobre o ano anterior, a indústria brasileira de fertilizantes especiais – representada pela Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) – espera em 2020 manter a curva ascendente de crescimento que vem sendo registrada desde 2015 como resultado da evolução da aplicação de tecnologias denutrição vegetal como ferramenta de produtividade nas lavouras brasileiras, seja do tipo foliar, organomineral ou orgânico. Os substratos para plantas e os condicionadores de solo também ampliam o mercado e a utilização.

Os resultados desse setor foram apresentados pela Abisolo em 31 de julho, durante coletiva de imprensa virtual, para lançamento do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2020, publicação da entidade, que traz uma radiografia do setor, que chega à sexta edição e é considerada referência sobre o segmento no País.

A evolução do faturamento tem origem na expansão dos segmentos de fertilizantes foliares em 6%, organominerais para solo, com 19,5%, e orgânicos para solo, de 2,9%. O mercado de substratos para plantas computou faturamento 7% superior se comparado a 2018, tendo crescido 3% em volume vendido.

“Nosso mercado tem demonstrado uma capacidade para atender as demandas do campo, com qualidade e suporte técnico. Além disso, a média de investimentos nos últimos cinco anos de 4,4% em pesquisa e desenvolvimento contribui para a oferta de produtos eficientes”, disse Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, ao apresentar os números. Ou seja, em 2019, foram investidos R$ 211 milhões em P&D pelo segmento.

De acordo com Gustavo Branco – vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo – esse total injetado em P&D reforça a intenção do setor em continuar inovando e desenvolvendo tecnologias adequadas para subsidiar o mercado em termos de produtividade e qualidade. Comprova, ademais, que, “o Brasil está cada vez mais protagonista na adoção de novas tecnologias”

Para este ano, a expectativa do setor de tecnologia em nutrição vegetal é de crescimento. “Pela pesquisa que fizemos com nossos associados, a maioria está otimista, com perspectiva de alta neste ano. Porém, existem muitos fatores a serem interpretados para afirmar um percentual exato desse aumento”, ponderou Branco.

O setor, atualmente, é formado por 441 indústrias e importadores de fertilizantes especiais em atividade, com 527 unidades produtivas em 21 Estados brasileiros, sendo que o Estado de São Paulo conta com 219 unidades. Os Estados que mais se destacam no ranking do uso de fertilizantes especiais são: São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O estado paulista representa 25% dos fertilizantes foliares, 33% dos fertilizantes orgânicos para solo e 25% dos fertilizantes organominerais para solo.

Culturas – Na análise dos dados entre as culturas, a da soja manteve-se em 2019 como maior consumidora do setor, responsável por 49,6% das vendas dos fertilizantes foliares, 30,2% dos fertilizantes organominerais para solo e 7,4% dos fertilizantes orgânicos para solo. O café também é uma cultura com altas taxas de uso de fertilizante especial, 29,4% para orgânicos para solo, 21,6% para organominerais para solo e 8,2% para foliar.

Entretanto, o maior crescimento percentual na adoção de fertilizantes especiais ficou com a cana-de-açúcar. Em 2019, esta cultura foi responsável por 12% do faturamento dos fertilizantes organominerais, 8,4% dos fertilizantes foliares e 7,4% dos fertilizantes orgânicos.

Composição e comercialização – De acordo com o estudo, os segmentos de produtos que apresentaram o maior crescimento têm em suas formulações, além de nutrientes, aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas. Tanto nos produtos por aplicação via foliar como na aplicação via solo, o percentual de vendas com produtos que contém aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas puras ou como componentes da formulação foi de 31,81% para aplicação via Folha e de 31,73% para aplicação via Solo. Esse dado, segundo os executivos da Abisolo, ressalta a questão do maior uso de biofertilizantes, mesmo que ainda em frações.

Sobre a forma como esses fertilizantes são comercializados, a Abisolo mostrou que o mix de distribuição passa principalmente por distribuidores (49,37% em foliar, 47,81% em organominerais para solo e 44,33% para orgânicos para solo). Mas, especificamente para os fertilizantes foliares, um percentual de 16,68% está na comercialização B2B, ou seja, entre indústrias. Já nos organominerais para solo e orgânicos para solo, a venda direta ao produtor rural é significativa, com 36,47% e 44,62%, respectivamente.

Por fim, o mercado de substratos para plantas, com 45 empresa ativas, cresceu 3% ano passado em relação ao ano anterior, com faturamento de R$ 220 milhões. Em termos de volume, foram comercializados 550 mil m³. No caso do setor de condicionadores de solo, também com 45 empresas ativas, o faturamento chegou a R$ 90,7 milhões em 201

O Anuário – Com o objetivo de disponibilizar informações relevantes, visando a nortear estratégias e os investimentos na indústria, orientar os consumidores dos produtos e disponibilizar informações que contribuam para a elaboração de políticas públicas, a 6ª edição do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal traz capítulos sobre Tecnologia em Nutrição Vegetal, O Novo Panorama Regulatório do Setor, O Autocontrole do Setor de Fertilizantes, informações sobre o Mercado de Tecnologia em Nutrição Vegetal, além de artigos técnicos e científicos assinados por renomados pesquisadores e especialistas.

Nesta edição, foram incorporadas novidades com o propósito de atender expectativas dos CEOs das indústrias associadas à Abisolo, com inclusão de biofertilizantes (ou bioestimulantes), assim como de dois segmentos: substratos para plantas e condicionadores de solo.

Nova diretoria – Na ocasião também foi apresentada a Diretoria para o período 2020/2021, com a presidência do Conselho Deliberativo será exercida por Clorialdo Roberto Levrero, da Ítale Fertilizantes, enquanto a vice-presidência será conduzida por Gustavo Branco, da Haifa Brasil.

A Abisolo, fundada em 2003, é composta por mais de 100 empresas fabricantes de Fertilizantes Especiais, Biofertilizantes, Condicionadores de Solo e Substrato para Plantas. A entidade destaca-se pelo rigor técnico com que trata os principais temas do setor, resultando em um alto índice de credibilidade e contribuindo para o desenvolvimento do segmento.

Além de atuar fortemente na discussão da reforma tributária e de contribuir para a modernização das normas que regulamentam o setor, tem interagido com outras instituições públicas e privadas para ampliar políticas públicas e investimentos de interesse do setor.