Para pesquisador do Ibre, início da retomada é sinalizado por Barômetros Econômicos Globais

Retomada gradual da economia mundial é sinalizada pela segunda elevação consecutiva dos Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia, em julho. Mesmo assim, embora os números comecem a se distanciar do pior momento da crise, o cenário é ainda de grande incerteza, não apenas no campo econômico como também no da saúde.

Barômetro Global Coincidente subiu 22,6 pontos em julho na comparação com o mês anterior, ao passar de 50,4 pontos para 73,0 pontos. Em contrapartida, o Barômetro Global Antecedente subiu 23,7 pontos, de 45,7 pontos para 69,3 pontos. Ambos os indicadores avançaram em virtude da melhora do ambiente econômico nas três regiões pesquisadas. Enquanto a região da Ásia & Pacífico e África exerceu a maior influência para a alta do indicador Coincidente, o Hemisfério Ocidental influenciou o indicador Antecedente.

“O avanço dos barômetros globais antecedente e coincidente em julho foi disseminado entre regiões e setores, em linha com os principais indicadores relacionados ao nível de atividade econômica na grande maioria dos países. Ao menos por enquanto, o efeito da retomada dos processos produtivos e serviços nas expectativas é claramente positivo, impulsionado por uma série de medidas de estímulos adotadas pelos governos nacionais. No entanto, de acordo com  Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), “a continuidade dessa retomada ainda está condicionada a elevado grau de incerteza sobre eventual recrudescimento dos efeitos da pandemia em função do próprio processo de reabertura”.

Barômetro Coincidente – regiões e setores

Após a segunda alta consecutiva, o Barômetro Coincidente recupera, no bimestre junho-julho, 58% das perdas ocorridas de março a maio. A maior contribuição para a alta de 22,6 pontos no mês foi dada pela região da Ásia, Pacífico e África (12,9 pontos). A segunda maior contribuição, de 7,1 pontos, foi dada pelo Hemisfério Ocidental (América do Norte, América Latina e Caribe). A Europa, por sua vez contribuiu em 2,6 para o resultado final.

Em termos setoriais, este é o primeiro mês desde o início da pandemia em que há evolução positiva em todos os setores. As maiores contribuições para o aumento do Barômetro Coincidente Global no mês vieram novamente da Indústria, seguida pelo conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível mais agregado (Desenvolvimento Econômico Geral). O setor de Serviços, Comércio e Construção contribuíram modestamente para o resultado.

Barômetro Antecedente – regiões e setores

O Barômetro Antecedente Global antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três a seis meses. Todas as regiões contribuíram para a alta do indicador em julho, com a região do Hemisfério Ocidental sendo responsável por quase 60% da evolução mensal. O aumento do otimismo com a recuperação da economia levou o indicador da região a contribuir com 14,0 pontos para a alta de 23,7 pontos do Barômetro Antecedente em julho. O Barômetro Antecedente da Europa contribuiu com 8,9 pontos, enquanto a região da Ásia, Pacífico e África contribuiu com 0,8 ponto para o indicador global, possivelmente refletindo a preocupação com uma possível segunda onda de covid-19.

Todos os indicadores setoriais contribuíram de forma positiva para o resultado, com as variáveis ligadas ao Desenvolvimento Econômico Geral exercendo maior influência no Barômetro Antecedente. A Indústria exerceu a segunda maior influência, enquanto os demais setores contribuíram de forma menos relevante para o aumento do indicador geral.

O estudo completo está disponível no site.

Foto de capa – Pixabay