DESTAQUE – Movimento Colmeia Viva lança site e usa redes sociais na interação com agricultores e apicultores

Resultado do Mapeamento de Abelhas Participativo inspirou medidas eficazes para proteger abelhas

Ao entrar em seu sexto ano de existência, o Movimento Colmeia Viva coloca no ar o site www.colmeiavivaapp.com.br. Trata-se da versão web do Colmeia APP, um aplicativo disponível nas lojas virtuais cuja adesão é crescente no Brasil. Além disso, estendeu aos canais Twitter, Instagram e LinkedIn o acesso a iniciativas e medidas de suporte à construção de uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. As ações foram implementadas no início de junho.

Estes são investimentos do movimento na difusão de informações, boas práticas e ferramentas de apoio técnico, para promover o manejo seguro de defensivos agrícolas, de colmeias e a formalização do pasto apícola. O Colmeia Viva busca, assim, aumentar a adesão de produtores de cana-de-açúcar, soja, citros, algodão e hortifrutis à causa.

O lançamento do site representa mais um investimento da indústria de defensivos agrícolas no Plano Nacional de Ações Colmeia Viva. Esta iniciativa tem por objetivo construir uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura, pelo entrelaçamento entre agricultores e apicultores.

De acordo com o coordenador do Colmeia Viva, o médico veterinário Daniel Espanholeto, por meio do novo site e do APP os agricultores brasileiros reúnem condições para mapear colmeias num raio de até seis km de suas lavouras, por georreferenciamento, e também estabelecer comunicação em tempo real com apicultores cadastrados no mesmo ambiente digital.

Tanto o site como o APP são ferramentas de interface amigável e estratégicas na identificação de áreas nas quais há sobreposição de atividades agrícolas e apícolas. “Através da tecnologia, reforçamos a complementaridade entre defensivos agrícolas e abelhas e também o compartilhamento de responsabilidades na preservação ambiental”, salienta Espanholeto.

Além disso, pelas redes sociais, frisa o coordenador, “estaremos mais próximos, ainda, de associações de apicultores, secretarias estaduais de Agricultura e entidades ligadas ao agronegócio”, destaca Rhaissa. “Essa ação conjunta impacta positivamente, sobretudo, onde as atividades agrícola e apícola têm relevância econômica”.

Mapeamento inspirou medidas eficazes para proteger abelhas

A fronteira agrícola conta hoje com mais conhecimento adquirido para preservar abelhas ante aplicações de defensivos agrícolas frente ao início da década passada. A avaliação é do Movimento Colmeia Viva, iniciativa da indústria de agroquímicos que tem por objetivo incentivar o diálogo e construir uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. Protagonista de uma série de esforços na área, o movimento atua apoiado nos resultados do levantamento MAP – Mapeamento de Abelhas Participativo.

Conforme Espanholeto, o MAP foi uma iniciativa de pesquisa concebida para investigar causas de mortes de abelhas no entorno de lavouras do Estado de São Paulo. O trabalho, realizado com apoio dos professores Osmar Malaspina e Roberta Nocelli, das universidades Unesp e UFSCar, respectivamente, abrangeu mais de 200 agricultores e apicultores em 78 municípios.

A execução do MAP compreendeu visitas a campo, coleta de abelhas para análises, identificação do perfil de apicultores e agricultores, práticas de manejo de apiários e manejo de culturas. Foram avaliadas também a inter-relação entre apicultura e agricultura e entre resíduos de produtos químicos e mortes de abelhas.

Entre as conclusões mais relevantes destacadas pelo coordenador, após quatro anos de estudos, está a falta de comunicação entre agricultores e apicultores, mesmo quando ‘vizinhos de porteira’. Esse distanciamento, conforme o especialista, estava na origem de outros pontos controversos então ainda não identificados na relação entre agricultura, apicultura e defensivos agrícolas. 

“Sabemos hoje, com base nos resultados da pesquisa, que a aplicação de defensivos agrícolas sem observância de práticas adequadas, assim como a ausência de análise de riscos atrelada à escolha de pastos apícolas, ocasionava os acidentes mais graves com abelhas”, afirma Espanholeto.  

“O MAP esclareceu ainda que boa parte dos casos de mortalidade de abelhas decorre da visitação desses polinizadores a áreas de atividade pecuária. Nestas, constatou-se uso elevado de agentes químicos de natureza não-agrícola e a aplicação de produtos para controle de parasitas”, continua ele.

Plano Nacional e medidas protetivas

De acordo com o Colmeia Viva, o resultado da pesquisa MAP ancorou a elaboração do Plano Nacional, uma estratégia em curso nas principais regiões agrícolas do País. O plano foca na proteção de cultivos e na preservação de abelhas por meio do compartilhamento de responsabilidades entre agricultor e apicultor.

“Após o Mapeamento de Abelhas Participativo, investimos no desenvolvimento de ferramentas específicas para reduzir a distância entre agricultor e apicultor”, reforça Rhaissa Michievicy, engenheira agrônoma, analista de uso correto e seguro do Colmeia Viva.

Conforme Rhaissa, fazem parte do Plano Nacional Colmeia Viva serviços gratuitos como o Colmeia Viva APP, Manual de Boas Práticas e Assistência Técnica, este último sem similar no País. Acessível pelo 0800 771 8000, Assistência Técnica Colmeia Viva mobiliza profissionais especializados, consultoria técnica e elaboração de treinamentos para agricultores e apicultores, na forma presencial ou no ambiente digital.

“Uma das ferramentas do Plano Nacional, o Colmeia Viva APP preconiza a necessidade de o agricultor, além de utilizara a boas práticas agrícolas,  avisar ao apicultor quando aplicará defensivos agrícolas, e de o apicultor após já ter informado  onde estão suas colmeias, tomar as devidas medidas protetivas, evitando acidentes no dia da pulverização”, ressalta Rhaissa Michievicy. “O sucesso dessa relação é a chave da proteção das abelhas nas aplicações de defensivos agrícolas.”

Ainda de acordo com os porta-vozes do Colmeia Viva, os investimentos da indústria no Plano Nacional impactaram positivamente, no ano passado, na redução dos relatos sobre mortalidade de abelhas encaminhados aos canais do movimento.

Foto de capa: iSotck