Mercado de reposição de bovinos em 2019 exige atenção, afirma consultor

Estimativa de Breno de Lima – zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, respondendo entre outras funções pela coordenação da divisão de mercado de bovinos para reposição e de custos de produção da consultoria – do ponto de vista do recriador e do invernista, “comprar a bezerrada no curto prazo pode ser interessante, pois a tendência é de negociar o boi terminado em um período de alta das cotações. Ou seja, a arroba comprada agora tende a se valorizar no sistema”. Essa recomendação é seguida de um alerta: “É bom ficar de olho na relação de troca, pois a quantidade de arrobas de boi gordo necessárias para a compra de um bezerro de desmama está aumentando e em novembro vimos o poder de compra do recriador e invernista no menor patamar do ano, tomando como base, São Paulo”.

Sob a ótica do criador, a opinião do consultor é de que “a produção está atraente, pois os bezerros produzidos nesta estação de monta (2019), provavelmente serão vendidos em um período de alta das cotações. Com isso o momento é favorável para elevar a produção e ter o maior estoque possível para comercialização futura”.

Lima destaca, ainda, que a compra de bezerros para recriar ou engordar representa cerca de 60% dos custos totais, em função disso, ter um estoque de arrobas em valorização diminui a pressão sobre as margens e aumenta as chances de lucro.

Balanço 2018

Informando a confirmação da projeção de que 2018 seria um ano de aumento nos abates de fêmeas, em decorrência de um cenário menos atrativo para a reposição no passado recente, o médico veterinário e mestre em Administração de Organizações Hyberville Neto – analista e consultor de mercado da Scot Consultoria, coordenador da divisão de mercado de couro e sebo, entre outras funções – frisa que, na média até meados de dezembro, a cotação do boi gordo, em valores deflacionados pelo IGP-DI, “caiu 2,0%. De janeiro a setembro foram abatidos 23,7 milhões de bovinos (IBGE), um aumento de 4,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2017. Os abates de fêmeas aumentaram 7,3% na mesma comparação, enquanto os de machos subiram 1,9%. Com isto, a participação de vacas e novilhas nos abates passou de 41,9% nos primeiros nove meses de 2017 para 43,1% no mesmo intervalo em 2018, o que indica um desinvestimento na cria, com provável redução da disponibilidade de gado nos próximos anos”.

O consultor também comenta que “o aumento do abate de fêmeas, associado a um consumo doméstico ainda convalescente, tiveram mais peso que os bons volumes exportados, principalmente no segundo semestre”. Além disso, com relação ao segundo semestre, este período foi de valorizações expressivas para o boi gordo. Entre julho e dezembro a cotação média, considerando São Paulo como referência, subiu 15,8%”. Já a cotação, que no primeiro semestre, entre janeiro e junho, havia caído 13,0%, gerando um cenário de preços menores na média anual, frente a 2017, “no segundo semestre registrou valorização associada à conjuntura de abates de fêmeas, proporcionando menor oferta nos anos vindouros, fez o ano terminar com um cenário mais animador para os preços”.

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